30 de junho de 2016

MULHERES INCRÍVEIS DO CINEMA: Anna Karina

Acredito que a maioria das pessoas já tenha visto pelo menos uma foto dela por aí. Achei importante escrever sobre Anna Karina, porque amo os filmes em que ela atua e a personalidade dela é tão única que merece uma atenção especial. Vamos exaltar as mulheres incríveis que fizeram parte da história em qualquer aspecto.


Anna Karina foi uma das representantes mais influentes da Nouvelle Vague: uma nova estética de cinema criada na França, em 1958, contrária às superproduções hollywoodianas da época. A contraproposta eram filmes mais pessoais: produções baratas (várias delas, financiadas pelos próprios diretores, atores pouco conhecidos, muitas filmagens nas ruas, em oposição aos estúdios,  tramas com idas e vindas no tempo, rompendo com a narrativa linear tradicional, liberdade estética, cortes repentinos e a câmera em qualquer ângulo ou posição, temas cotidianos e tabus, personagens à margem da sociedade, como criminosos, adúlteros e rebeldes e roteiro bem livre.

Apesar ser uma estrela do cinema francês, ela não é francesa, é dinamarquesa.
A história dela é incrível e inspiradora. Ela foi muito sortuda também, a vida realmente sorriu pra ela.
O nome verdadeiro de Anna Karina é Hanna Karin Blarke Bayer. Ela decidiu mudar porque teve uma conversa com uma mulher que lhe sugeriu que deveria usar o nome Anna Karina ao invés de seu nome original, mais tarde descobriu que essa mulher era a Coco Chanel. (QUE SORTE, NÃO É?)

Anna se mudou para Paris aos dezoito anos, sem nada garantido, com esperança de fugir de conflitos com sua família perturbada, resolveu tentar a vida longe. Foi morar na França sem falar uma palavra de francês, só com o dinheiro contado para se hospedar alguns dias em um hotel barato. Passava os dias passeando pela cidade e martelando na cabeça o que será que ela faria pra se sustentar. Até que em uma tarde qualquer, foi abordada e recebeu convite para ser modelo em uma campanha publicitária. Obviamente aceitou e aí começou sua carreira. (parece muito coisa de filme)


A carreira dela se deu por um conjunto de acontecimentos muito favoráveis que até parecem mentira. Sua vida no cinema começou quando conheceu Jean-Luc Godard, o diretor assistiu um comercial com a atriz e à convidou para fazer um filme.O primeiro convite, Anna não aceitou, porque teria que ficar nua em uma das cenas que faria. Depois de um tempo, Godard não havia desistido e convidou-a para fazer parte do filme Vivre sa vie, o qual aceitou e começou sua saga como principal representante da Nouvelle Vague.

Anna Karina foi casada com Godard, mas não durou muito tempo. Fizeram ótimos filmes juntos, mas após o término do relacionamento, ambos seguiram caminhos um pouco diferentes, mesmo assim, conseguiram manter a essência particular que cada um tinha.



Ela fez parte do primeiro filme em cores transmitido na França, que inclusive, é uma homenagem à ela que o diretor Pierre Koralnik elaborou.

Além de toda essa beleza única que possui, a maneira que ela atuou em seus filmes foi extremamente revolucionária. Uma atriz que se deixa levar pelo filme. Ela tinha o poder de transitar entre diversas emoções em questões de segundos de uma maneira muito fácil, uma das suas características que a faz ser destaque em meio a multidão. Suas personagens sempre muito temperamentais. Uma beleza doce em contraste a personalidades profundamente marcantes a faz uma das maiores atrizes da história do cinema mundial.

“É difícil se encontrar uma garota que atire em um homem e depois saia cantando.”




Atualmente, Anna tem 75 anos, viaja o mundo recebendo homenagens em festivais de filmes e continua linda.

Aqui uma listinha dos melhores filmes dela, porque não cabem todos aqui e também não assisti todos ainda.
  • O Demônio das Onze Horas (Jean-Luc Godard)1965     
  • Viver a Vida (Jean-Luc Godard)1962     
  • Uma Mulher É uma Mulher (Jean-Luc Godard)1961     
  • O Estrangeiro (Luchino Visconti)1967     
  • Bande à Part (Jean-Luc Godard) 1964     
  • Cléo das 5 às 7 (Agnès Varda) 1962     
  • Alphaville (Jean-Luc Godard) 1965     
  • Roleta Chinesa (Rainer Werner Fassbinder) 1976     
  • A Religiosa (Jacques Rivette)1966     
  • O Pequeno Soldado (Jean-Luc Godard) 1963     
  • Mulheres no Front (Valerio Zurlini)1965      

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