Acredito
que a maioria das pessoas já tenha visto pelo menos uma foto dela por aí. Achei
importante escrever sobre Anna Karina, porque amo os filmes em que ela atua e a
personalidade dela é tão única que merece uma atenção especial. Vamos exaltar
as mulheres incríveis que fizeram parte da história em qualquer aspecto.
Anna
Karina foi uma das representantes mais influentes da Nouvelle Vague: uma nova estética de cinema criada na França, em
1958, contrária às superproduções hollywoodianas da época. A contraproposta eram
filmes mais pessoais: produções baratas (várias delas, financiadas pelos próprios
diretores, atores pouco conhecidos, muitas filmagens nas ruas, em oposição aos
estúdios, tramas com idas e vindas no
tempo, rompendo com a narrativa linear tradicional, liberdade estética, cortes
repentinos e a câmera em qualquer ângulo ou posição, temas cotidianos e tabus,
personagens à margem da sociedade, como criminosos, adúlteros e rebeldes e roteiro
bem livre.
Apesar
ser uma estrela do cinema francês, ela não é francesa, é dinamarquesa.
A história
dela é incrível e inspiradora. Ela foi muito sortuda também, a vida realmente
sorriu pra ela.
O
nome verdadeiro de Anna Karina é Hanna Karin Blarke Bayer. Ela decidiu mudar
porque teve uma conversa com uma mulher que lhe sugeriu que deveria usar o nome
Anna Karina ao invés de seu nome original, mais tarde descobriu que essa mulher
era a Coco Chanel. (QUE SORTE, NÃO É?)
Anna
se mudou para Paris aos dezoito anos, sem nada garantido, com esperança de
fugir de conflitos com sua família perturbada, resolveu tentar a vida longe.
Foi morar na França sem falar uma palavra de francês, só com o dinheiro contado
para se hospedar alguns dias em um hotel barato. Passava os dias passeando pela
cidade e martelando na cabeça o que será que ela faria pra se sustentar. Até
que em uma tarde qualquer, foi abordada e recebeu convite para ser modelo em
uma campanha publicitária. Obviamente aceitou e aí começou sua carreira.
(parece muito coisa de filme)
A
carreira dela se deu por um conjunto de acontecimentos muito favoráveis que até
parecem mentira. Sua vida no cinema começou quando conheceu Jean-Luc Godard, o
diretor assistiu um comercial com a atriz e à convidou para fazer um filme.O
primeiro convite, Anna não aceitou, porque teria que ficar nua em uma das cenas
que faria. Depois de um tempo, Godard não havia desistido e convidou-a para
fazer parte do filme Vivre sa vie, o qual aceitou e começou sua saga como
principal representante da Nouvelle
Vague.
Anna
Karina foi casada com Godard, mas não durou muito tempo. Fizeram ótimos filmes
juntos, mas após o término do relacionamento, ambos seguiram caminhos um pouco
diferentes, mesmo assim, conseguiram manter a essência particular que cada um
tinha.
Ela
fez parte do primeiro filme em cores transmitido na França, que inclusive, é
uma homenagem à ela que o diretor Pierre Koralnik elaborou.
Além
de toda essa beleza única que possui, a maneira que ela atuou em seus filmes
foi extremamente revolucionária. Uma atriz que se deixa levar pelo filme. Ela
tinha o poder de transitar entre diversas emoções em questões de segundos de
uma maneira muito fácil, uma das suas características que a faz ser destaque em
meio a multidão. Suas personagens sempre muito temperamentais. Uma beleza doce
em contraste a personalidades profundamente marcantes a faz uma das maiores
atrizes da história do cinema mundial.
“É difícil se encontrar uma garota que atire
em um homem e depois saia cantando.”
Atualmente,
Anna tem 75 anos, viaja o mundo recebendo homenagens em festivais de filmes e
continua linda.
Aqui uma listinha dos melhores filmes dela, porque não cabem todos aqui e também não assisti todos ainda.
- O Demônio das Onze Horas (Jean-Luc Godard)1965
- Viver a Vida (Jean-Luc Godard)1962
- Uma Mulher É uma Mulher (Jean-Luc Godard)1961
- O Estrangeiro (Luchino Visconti)1967
- Bande à Part (Jean-Luc Godard) 1964
- Cléo das 5 às 7 (Agnès Varda) 1962
- Alphaville (Jean-Luc Godard) 1965
- Roleta Chinesa (Rainer Werner Fassbinder) 1976
- A Religiosa (Jacques Rivette)1966
- O Pequeno Soldado (Jean-Luc Godard) 1963
- Mulheres no Front (Valerio Zurlini)1965
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