18 de junho de 2016

GONE GIRL: minha opinião

Não tem Spoiler:

Sempre existem milhões de filmes nas minhas listas, mas parece que quando vou escolher um pra assistir, elas não existem. Escolhi Gone Girl, porque uma amiga tinha me indicado há muito tempo atrás. Comecei o filme sem grandes expectativas, mas logo tudo mudou.

Gone Girl é um filme baseado em um livro de Gillian Flynn, (que inclusive não li ainda, quero muito ler pra ter um comparativo melhor com os fatos e tudo mais) é dirigido por David Fincher, diretor de muitos filmes incríveis como: Fight Club, Seven e Zodiac. Não há nada menos que se esperar de algo incrível.

De início, posso dizer que é um filme extremamente intenso, que te leva pra dentro dele e cheio de reviravoltas (coisas que amo do fundo do meu coração) você caminha até o surpreendente e volta, depois retorna ao surpreendente e assim um looping muito, mas muito legal.

O filme relata que na vida conjugal existem sempre os dois lados da moeda. Não é contado de maneira linear, são fatos narrados de uma maneira que se encaixa perfeitamente. São duas narrativas que caminham em paralelo e se cruzam no momento certo gerando um thriller psicológico fortíssimo que despertam muitas emoções contraditórias em quem assiste.

Agora a parte do Spoiler:

Nick Dunne interpretado por Ben Affleck, é um marido um tanto quanto ausente, que em seu aniversário de casamento de 5 anos, se depara com desaparecimento de sua esposa Amy Eliott interpretada por Rosamund Pike, que teve a infância documentada pelos pais para um livro infantil chamado Amazing Amy, livro o qual idealizava toda a infância dela como um exemplo e levou seus pais à fortuna.

Amy é extremamente inteligente, graduada em muitos cursos, ex-escritora e Nick, ex-jornalista, atual dono de um bar e professor de faculdade da cidade pequena em que vivem.

Como citei anteriormente, a história não é linear a nos mostra exatamente a visão de cada um deles da vida conjugal e como lidam com as situações. Em um primeiro momento, o enredo nos faz desconfiar arduamente do envolvimento de Nick no desaparecimento de Amy, tendo em vista o descaso que demonstra, mas mesmo assim, ainda existe aquela ponta de esperança de que ele é uma boa pessoa e que não tem nada a ver com isso. Te deixa totalmente no escuro e você fica tentando maquinar os fatos dentro da sua cabeça e juntar as coisas pra ver se faz algum sentido. Aí, você descobre que ele a trai com uma aluna. Pronto. Ele é o culpado.

De repente, tem aquela reviravolta enorme, depois de muito custo, depois que você já ficou morrendo de ódio do Nick, pensando “QUE INFERNO, POR QUE ELE FEZ ISSO?”

Aparece Amy, vivendo clandestina, acompanhando todo o drama do Nick sendo acusado de homicídio na televisão e provando do sabor maravilhoso da vingança. Em resumo: ela forjou todo seu desaparecimento para que ele fosse acusado de homicídio, porque descobriu a sua traição com a aluna. A reação inicial é “QUERO SER ESSA MULHER”. Aí começam os furos da história, porque o teatro que ela fez para culpabilizar Nick foi extremamente bem elaborado, mas olhando por um ângulo realista, não funcionaria e isso gerou muitas críticas por ser algo considerado fisicamente impossível.

O que achei interessante também foi a exposição do sensacionalismo jornalístico e o quanto isso influencia na vida das pessoas, é uma crítica que deixa muitas perguntas não respondidas. E na minha humilde opinião, esse é o melhor tipo de crítica, que te desperta a dúvida.

Mas enfim, aí você ta naquela emoção de achar ela uma mulher inteligente incrível, mas filme vai correndo e as coisas que ela fez vão vindo à tona e realmente, psicopatas são apaixonantes.
Entender as motivações é emocionante.

Em contrapartida, Nick já deduziu todas as intenções de Amy, tendo em vista que juntou todas as pistas e chegou a conclusão de que realmente ela havia descoberto sua traição e realmente estava se vingando. Nick procurou o melhor advogado de defesa para ajudá-lo a contornar a situação, embora fosse impossível acreditar em uma história de vingança dessas. Entrou em contato com um ex-namorado de Amy que passou por uma situação parecida: ela forjou um estupro e o fez ser condenado depois dele ter pedido “um tempo” a ela.

Os planos de Amy não vão como o planejado, ela tem muito dinheiro guardado, mas é roubada por uma colega que conheceu no “condomínio” em que se hospedou. Se vê sem rumo e sem estruturas econômicas pra continuar com sua “farsa”.

Então, contata um ex-namorado que foi extremamente abusivo e doentio por ela, inventa uma história sobre Nick e passa a viver com ele, com a ajuda dele e como um casal. Nesse momento ela já mostrou quem realmente é pro espectador, mas no filme, se faz da melhor pessoa do mundo pro Desi, interpretado por Neil Patrick Harris.

Após assistir uma entrevista que Nick deu em um programa, clamando pela volta de Amy., obviamente uma tática para limpar sua barra. Amy se “comove” com a entrevista, forja um abuso sexual vindo de Desi, o mata com uma navalha pra não deixar rastros e retorna pra Nick.

O QUE?

ISSO MESMO.

Ela chega toda ensangüentada, chorando, pra demonstrar pra mídia sensacionalista que sofreu, Nick à aceita pra não parecer culpado e passa a viver uma vida de fachada. Precisa fingir perante a sociedade que vive num casamento feliz e está realizado com o retorno de Amy.

Mas começa a surgir um grande ódio em Nick, quando ele planeja contar pra sociedade o que Amy fez, ela anuncia que está grávida. (Porque anteriormente eles iriam fazer inseminação e ela resolveu fazer quando retornou do desaparecimento POR RAZÕES MEIO ÓBVIAS).

Por fim, Nick opta por viver seu casamento normalmente e criar seu filho junto com Amy.
O QUE É ISSO? Eu fiquei doida com esse final. Ele ama ela e quer estar com ela mesmo tendo ciência desse distúrbio que ela tem? Oi?

Gosto muito de filmes sobre psicopatia e acho que vou fazer análises e contar todos aqui. Foi um filme que me encantou pela delicadeza no enredo e pelas perguntas que deixa na cabeça sobre relacionamento à dois.



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