11 de julho de 2016

Fobia Social?

Acho que esse é um dos assuntos mais delicados que vou tratar aqui, espero não ser entendida errado, porque essa é a minha concepção em relação ao MEU problema e claro que não sou especialista em psicologia, psiquiatria ou coisa do tipo, só me deu a vontade de explicar o que é e passar um pouco do meu lado pras pessoas. Quem sabe elas leiam e consigam me entender um pouco mais.

A fobia social, segundo o Google, é um transtorno advindo da ansiedade (o mau do momento).

O que é em resumo total: “a fobia social a pessoa se sente ansiosa em "situações sociais", quando poderia se sentir observada pelos outros. A pessoa fica insegura, temendo pelo seu desempenho e preocupada com o que poderão pensar dela naquele estado. O grau de ansiedade pode ser muito intenso, podendo chegar a uma crise aguda de ansiedade. As situações sociais temidas podem ser variadas, como escrever na frente dos outros, falar em público, comer em locais públicos, entrar em lugares cheios, ir a um evento social, fazer uma entrevista de emprego, encontrar um conhecido etc. O Transtorno de Ansiedade Social pode ser classificado em dois subtipos. Um subtipo  denominado generalizado, na qual a pessoa teme quase todas as situações sociais: conversar, namorar, sair em lugares públicos, falar, comer, escrever em público, etc . E um subtipo denominado não generalizado, ou restrito, no qual a pessoa teme uma ou poucas situações sociais específicas. Durante a situação social a ansiedade tende a persistir levando a pessoa a enfrentar níveis altos de sofrimento. Quando sai da situação, a ansiedade tende a diminuir significativamente, o que reforça tendências de fuga e evitação de novas situações.  A própria expectativa de ter que enfrentar situações sociais já pode ativar ansiedade, levando a pessoa a evitar estas situações temidas. Este comportamento de evitação pode ir limitando significativamente a vida da pessoa.”

Mais uma observação, a fobia social é diferente de timidez, se você é tímido(a) e leu isso, se identificou, PELO AMOR, analise um pouco mais a situação antes de se autodiagnosticar.

Bom, depois de muito bem explicada essa parte, vou explicar a minha parte.

Depois que sofri um acidente, minha vida começou a mudar. Sempre fui um pouco introvertida, mas mantinha bastante contato com as pessoas, não só as próximas, mas me via cheia de “amigos”. De repente, eles foram diminuindo gradativamente, coisa normal na vida de uma pessoa normal, porque vamos envelhecendo, as obrigações surgindo, a rotina sempre presente, mas tinha algo estranho alí.

Tinha algo ali, tipo eu achar normal alguns tipos de comportamentos: É normal desligar o celular por medo de alguém te convidar pra sair? É normal se sentir mal em todos os lugares em que vai e um desejo extremo de ir embora? É normal passar por uma luta interna antes de sair pra qualquer lugar com qualquer pessoas diferente das do seu convívio diário? Ficar cinco dias sem responder os amigos nas redes sociais por algum motivo inexplicável?
Não, não é normal. Precisei ir ao médico pra perceber que não é uma coisa advinda da minha timidez ou introversão. Era algo maior que isso.

O convívio com uma pessoa que tem esse problema, mesmo que não muito avançado, como o meu, é MUITO difícil, aqui vão algumas dicas:

Persistência: não desista de alguém que tem fobia social, não fique bravo ou chateado se ela desmarcou E POR FAVOR, NÃO PENSE QUE É MALDADE OU COISA PARECIDA. PORQUE ACREDITE, NÃO É.
Acho que a maior dificuldade que passei nesse tempo é escutar a frase: “você não se esforça”. Se as pessoas soubessem o quanto me esforço, acho que muita coisa iria mudar no meu meio, mas acho que a coisa mais difícil, embora seja pregado o tempo todo, é encontrar alguém que tenha empatia a ponto de chegar e te perguntar o que está acontecendo ao invés de te julgar.

De qualquer forma, obviamente não estou sozinha, tenho muitas pessoas que me entendem e lutam por mim. Fazem o típico seqüestro de vez em quando e cuidam de mim de uma maneira que dá pra me sentir extremamente confortável.

Eu saio bastante, mas é um verdadeiro parto pra eu conseguir, porque sempre fico achando um monte de empecilhos e até agora não consegui entender muito bem o motivo.
Também, ter fobia social não é ser uma pessoa doida que se esconde de tudo e não consegue chegar perto de ninguém estranho. Eu converso, sou simpática, mas me abrir? Consegui me sentir à vontade? É algo muito diferente.

Sabe aquela desviada que você dá de vez em quando pra não encontrar alguém conhecido porque não está se sentindo bem? Imagine isso todos os dias, todo o tempo. É basicamente isso.

Resolvi escrever um pouco sobre isso porque estou melhorando cada dia mais e isso é demais, esse blog é um dos meus exercícios pra melhorar um pouco. Perdi muitos amigos porque provavelmente eles acham que não me importo porque não tive coragem de contar pra eles sobre esse problema.  E também, espero de coração que quem sofra desse mesmo problema, venha me chamar: porque vou responder rapidinho sim e posso te ajudar muito em exercícios e coisinhas parecidas, além do que escrevi aqui.

A primeira coisa a fazer pra melhorar, é tirar um pouco do seu dia, pra reservar só pra conversar com um amigo, uma amiga, ligar pra alguém que não seja tão próximo e contar seu dia ou só ouvir o dia.

O segundo passo, é tentar sempre sair, mesmo que não tenha vontade, mesmo que doa em você, tentar sair e se procurar as coisas boas no lugar onde estiver.


Convide amigos pra ir à sua casa, ou peça pra eles te fazerem uma surpresa: como aparecer do nada na saída do seu trabalho e sem te avisar pra não te causar a possibilidade de desistência ou inventar alguma desculpinha.

E por enquanto é isso, se eu pensar em mais alguma dica, atualizo o post.
Se tiver vergonha de me perguntar, pode mandar em anon aqui: https://curiouscat.me/laryssab

Ilustração da ilustradora e designer brasileira Brunna Mancuso. 

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